Rita Martins – Mom's Cooking https://momscooking.ch Thu, 22 Nov 2018 21:09:00 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.7.2 https://momscooking.ch/wp-content/uploads/2017/04/cropped-m-final-Rita-32x32.png Rita Martins – Mom's Cooking https://momscooking.ch 32 32 Agradecer por estar de volta https://momscooking.ch/2018/11/22/agradecer-por-estar-de-volta/ https://momscooking.ch/2018/11/22/agradecer-por-estar-de-volta/#respond Thu, 22 Nov 2018 21:00:09 +0000 https://momscooking.ch/?p=4580 Fazer uma pausa não tem mal, não é grave. Tão-pouco precisaria de… ]]> Fazer uma pausa não tem mal, não é grave. Tão-pouco precisaria de uma desculpa para ser feita.

“Fiz uma pausa e estou de volta.” Gostaria de vos dizer que foi por esta não-desculpa que estive ausente, mas não. Há cerca de 3 semanas atrás, tropecei numa caixa de papelão desfeita e caí, quase que de forma teatral, no chão. Naquela fração de segundos, em que nos apercebemos que vamos cair, numa tentativa de salvar a minha rótula retalhada, atirei-me para o lado direito e tive “a sorte”, dizem eles, de não fraturar nenhum osso.

Não fraturar nada valeu-me um grande susto e não me deu a liberdade de fazer a minha vida a 100%. Hematomas e inchaços que metem dó, conjugados com uma valente contusão na mão direita, ajudaram a que, ainda hoje, me sinta um pouco impedida de fazer determinado tipo de movimentos.

No entanto, aqui estou eu, a meio gás, é certo, mas a treinar para aquela que considero a melhor época do ano – É oficial: estou de volta!

Quem também está de volta é o frio e, dizem eles, os profissionais mais incertos do mundo, que veio para ficar.

Os telhados brancos da neve de 2a feira, a geada matinal que faz doer os ossos, só de ver, e aquele cheiro a frio e a braseiras, começam a permitir que o espírito Natalício se espalhe um pouco por todo o lado, especialmente nesta casa.

Este é um ano feliz. Mais um ano feliz, com uma Alice mais velha, mais consciente de tudo, mais excitada com a época, com músicas, com comidas e outras tradições.

A meu ver (e por muito mal que isto soe para muitos), Natal não pode ser só sinónimo de Portugal, tem que ser também sinónimo de Suíça, de tradições Helvéticas, para que ela se identifique com o seu país. A verdade é uma, foi aqui que ela nasceu, é aqui que ela vai construir a sua história. Não importa ser de cá ou ser de lá. Na verdade, não perdemos a nossa identidade, apenas a enriquecemos com novas formas de celebrar, com novas tradições.

Hoje, sendo o dia de Acção de Graças, data celebrada por muitos, do lado de lá do Oceano Atlântico, não quis deixar de “roubar” o seu significado para agradecer. Agradecer o facto de estar bem. De estar de volta. De estar aqui direitinha e “aqui”, com todos vocês. Quem me conhece de perto, sabe bem o valor que dou a tudo isto, especialmente nesta época do ano, tão sensível para mim e para os meus.

A receita que vos trago hoje é simples, tão simples. A muitos não deve dizer rigorosamente nada, para além de se tratar de mais um tabuleiro de bolachas. A mim raz-me de novo a infância, com sabor a manteiga e açúcar, e aquece-me o coração.

Sempre fui fã de bolachas amanteigadas, especialmente se o sabor amanteigado for, de facto, predominante e de um misto doce e salgado. Há alguns dias atrás, no seguimento de uma visita em trabalho ao Reino Unido, o Miguel trouxe à Alice umas embalagens de Walkers, versão Natalícia. Não preciso de vos dizer que ela devorou os pacotes de bolachas, sem sequer pedir licença, e ainda pediu mais.

Nos dias que correm, é possível comprar shortbread cookies em praticamente todo o lado. No entanto, há uns anos atrás, especialmente quando morava em Foz Côa, tal era bastante difícil – diria mesmo impossível.

Porque quis entrar com o pé direito na época de Natal, decidi fazer esta surpresa cá em casa: uma árvore de Natal de bolachas Natalícias. Há lá melhor redundância?

Shortbread cookies

ou

A minha versão caseira de Walkers natalícias

Ingredientes para aprox. 25 bolachas:
110g de açúcar de confeiteiro
210g de manteiga à temperatura ambiente
300g de farinha de trigo
1 c. café de baunilha (opcional)
1 pitada de sal

Modo de preparação:

Pré-aqueça o forno nos 160°.

Comece por bater a manteiga, à temperatura ambiente, até que fique bem cremosa. Utilize uma colher de pau.

Junte depois o açúcar de confeiteiro e bata vigorosamente, até obter um creme, sem grumos. Junte ainda a baunilha (opcional) e envolva bem.

Peneire a farinha e junte à manteiga e açúcar. Junte ainda uma pitada de sal. Antes de juntar o sal verifique, no entanto, se a manteiga não é já suficientemente salgada.

A massa irá ficar com uma textura um pouco areada ou aos bocados (depende, honestamente, da consistência da manteiga – a minha era da leitaria cá da terra). Deixe de mexer com a colher de pau e utilize as mãos, para unir a massa, sem fazer demasiada pressão.

Neste momento, tem 2 opções:

  • Enrole a massa numa espécie de chouriço e leve ao frigorifico por cerca de 45min, antes de cortar a massa em rodelas e levar ao forno;
  •  Espalhe a massa num tabuleiro, com a ajuda de papel vegetal. Corte, utilizando a faca ou utilizando formas e leve ao frigorifico, durante cerca de 15 minutos, até conseguir descolar facilmente os excedentes de massa.

Dado tratar-se de uma massa fácil de fazer (e sem grandes truques) envolva as crianças no processo.

Por fim, antes de colocar as bolachas no forno, faça pequenos enfeites com o garfo, a lembrar as shortbread cookies ou, simplesmente, polvilhe com um pouco de açúcar granulado – as minhas tinham um propósito, pelo que optei por as fazer simples.

Leve ao forno por cerca de 15 minutos, deixando as bolachas ganhar um tom dourado suave. As bolachas de tamanho mais pequeno demorarão um pouco menos.

Retire o tabuleiro, deixe arrefecer um pouco (para que as bolachas endureçam) e transfira as bolachas para uma base, para que arrefeçam completamente.

Espero que tenham gostado desta simples e bem amanteigada receita que, acreditem, deixou a Alice muito feliz.

Hoje, grata por estar aqui, com este frio que se faz sentir e este cheirinho quente e doce, considero aberta a época de Natal.

Melhor do que isto, só quando o avô e a tia chegarem, já quase a tempo de fritar as velhoses e pôr o bacalhau a cozer.

Obrigada pela compreensão, face à minha ausência prolongada e por continuarem por aqui comigo.

Até breve… com um doce ou um salgado da época!

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Uma fatia de bolo de maçã por dia… https://momscooking.ch/2018/10/29/uma-fatia-de-bolo-de-maca-por-dia/ https://momscooking.ch/2018/10/29/uma-fatia-de-bolo-de-maca-por-dia/#respond Mon, 29 Oct 2018 18:26:14 +0000 https://momscooking.ch/?p=4551 Ontem acordei mais tarde do que o suposto e habitual, qual mudança… ]]> Ontem acordei mais tarde do que o suposto e habitual, qual mudança de hora, decidida a dar uma voltinha a pé com a Alice. Já nos tínhamos preparado na véspera para a eventual chuva anunciada, tão bem-vinda, com casacos impermeáveis, bom calçado e guarda-chuvas. No entanto, confesso, ninguém nos preparou para o frio de uma chuva que virou gelo e que, por fim, se transformou na primeira neve da estação. Queria ter visto a minha própria cara de felicidade e frio, queria, mas vi melhor. Vi a dela – e a cada ano que passa a emoção de ver neve é maior!

Um domingo gelado tem muito potencial, pelo menos cá em casa. Família reunida no sofá, pijamas confortáveis, um leque de filmes tontos, já a dar para o natalício, e relógios com horas que não intimidam. Para além disso, um domingo, para ser domingo (seja quente ou seja frio), inclui pelo menos um tabuleiro de algo que se leve ao forno. Ontem foi um dia de festa, pelo frio e pela neve e, para celebrar, incluímos na lista da preguiça fazer um bolinho.

A escolha do bolo deste domingo não foi difícil, sou franca. Gosto de todo o tipo de bolos, mas os de fruta tendem a ser os meus preferidos. As frutas do tempo quente já quase que não se veem, excepto pelas tropicais, dando lugar às maravilhosas maçãs, peras, castanhas, marmelos e diospiros. Confesso, embora ande desejosa de comer marmelada (e juro que já ponderei pedir meia dúzia de marmelos ao meu vizinho, que tem uma árvore carregadinha deles, para fazer 2 ou 3 tacinhas), na hora de decidir o que fazer, o meu imaginário pôs-me um tabuleiro de maçãs assadas com cheirinho a canela à frente. Há lá maior conforto do que este cheiro, pela casa toda, num dia em que as janelas só se querem fechadas?

A receita pensada inicialmente incluía muito mais açúcar, confesso, especialmente porque estava a contar fazer um molho de caramelo salgado para cobrir o bolo. No entanto, à última da hora, qual peso na consciência e vontade de comer pelo menos uma fatia sem me castigar, optei por fazer um bolo menos doce (ou, pelo menos, menos pecaminoso). Para compensar, juntei alguns frutos secos de casca e, porque não queria deixar em branco a ideia do molho a cobrir o bolo, preparei um molho de maçã, a lembrar o de caramelo, que não ofendesse o esforço que temos que fazer antes da época de Natal.

Ansiosa por me ajudar a fazer o bolo, especialmente pela possibilidade de mexer nos ovos e espalhar farinha por toda a cozinha, dei à Alice pequenas tarefas e ainda lhe permiti escolher o formato do seu bolo – ela optou por uma versão tipo muffin (tendo sido ela, inclusive, a encher as formas). Já para nós, adultos, fiz o bolo numa forma de bolo inglês.

Ao todo, a massa deu para um bolo grande e 6 muffins de tamanho médio. Depois de arrefecer completamente, cortei às fatias e congelei parte do bolo, isto é algo que faço com frequência, para evitar desperdícios e gulas desnecessárias.

O bolo é simples e, por isso, bastante versátil, podendo acompanhar com uma série de sabores. Eu acompanhei a minha fatia (2, para ser franca) com colheradas de molho de maçã. Já para o Miguel, transformei o bolo numa sobremesa – reguei uma fatia com o molho de maçã, ainda quente, e adicionei uma bola de gelado de nata, algumas nozes caramelizadas e mais um pouco de canela em pó. Simples, versátil e maravilhoso.

Bolo de maçã

com nozes & avelãs

Ingredientes:
125ml de óleo
250ml de leite + 1 c. de sopa de sumo de limão
75g de açúcar branco
85g de açúcar amarelo
5 ovos M
300g de farinha
1 c. de sopa rasa de fermento
1 c. de chá rasa de canela
1 c. de café de sal
1 c. de café de baunilha em pó
3 a 4 maçãs
100g de nozes picadas
50g de avelãs picadas (opcional)

Modo de preparação:

Pré-aqueça o forno nos 180°.

Comece por misturar o leite com o sumo de limão e reserve durante pelo menos 10 minutos.

Descasque e corte as maçãs aos cubos, regando com um pouco de limão para que não oxidem.

Numa taça pequena, pese e misture os ingredientes secos: farinha, fermento, canela, baunilha e sal.

Noutra taça, agora maior, junte o óleo, o açúcar e os ovos. Bata durante alguns minutos, até que fique com uma massa cremosa. Junte depois o leite e envolva bem.

Junte os ingredientes secos aos líquidos, envolvendo tudo suavemente. Assim que obtiver uma massa homogénea, junte os frutos secos e as maçãs aos cubos.

Unte uma forma de bolo inglês, utilizando também uma folha de papel vegetal na base. Polvilhe com um pouco de farinha.

Deite a massa de bolo na forma, tendo o cuidado para não encher demasiado, já que crescerá um pouco. Se sobrar massa, preencha umas mini formas.

Leve o bolo ao forno, a cozer, durante pelo menos 45 minutos. Vigie para saber se precisa de colocar uma folha de papel alumínio por cima. Ao fim de 45 minutos, faça o teste do palito. Se ainda não estiver, deixe ficar por mais 5 ou 10 minutos – variará consoante o forno.

O resultado final é este bolo, quase pão, que não é muito doce e que permite sentir e saborear todos os ingredientes que o compõem.

Para acompanhar o bolo, faça um molho de maçã, utilizando 8 maçãs descascadas e fatiadas, 2 tâmaras descaroçadas, 1 pitada de sal, de canela e de baunilha e 500ml de água. Deixe ferver em lume médio-alto, tapando a panela ou tacho, até que a água quase que desapareça por completo.

Triture bem e use um passador para conseguir um molho ainda mais aveludado. Volte a colocar a maçã (agora em puré) na panela ou tacho e junte 100ml de água. Leve de novo ao lume, agora médio, e deixe cozinhar por cerca de 30 minutos – o molho deverá engrossar de novo e intensificar os sabores.

Caso fique a sobrar, aproveite este molho para acompanhar iogurtes ou, até mesmo, para barrar numa fatia de pão.

Sirva a fatia de bolo, já arrefecida, com umas colheradas de molho de maçã e, eventualmente, uma bola de gelado ou uma colher de chantilly.

Espero que tenham gostado da minha sugestão de fim de semana que, na verdade, pode ser aproveitada a qualquer dia – daí hoje ser um bom dia para a publicar.

Aproveito para vos desejar uma boa semana e agradecer por continuarem por aqui comigo.

Até breve!

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Um ravioli muito asiático https://momscooking.ch/2018/10/23/um-ravioli-muito-asiatico/ https://momscooking.ch/2018/10/23/um-ravioli-muito-asiatico/#respond Tue, 23 Oct 2018 08:27:20 +0000 https://momscooking.ch/?p=4495 Gyōza; jiǎozi; guioza ou um ravioli versão continente asiático, pouco me importa… ]]> Gyōza; jiǎozi; guioza ou um ravioli versão continente asiático, pouco me importa o nome, quando o sabor e a textura ditam tudo neste prato. Andei anos a namorar estas almofadinhas recheadas, sem nunca ponderar fazê-las em casa. Que decisão tão errada, hoje admito. Para além da receita super fácil, temos aqui uma actividade muito divertida para fazer em família ou entre amigos.

No início do ano, farta de pagar por minipratos de guiozas que nos deixam sempre com vontade de comer mais 2 ou 3, decidi finalmente experimentar a receita em casa. Foi gula, apenas gula, vontade de ter uma travessa de guiozas só para mim, aliada, talvez, a uma pequena dose de curiosidade em saber fazer este prato.

Sem histórias nem recados, este é, para mim, aquele tipo de prato que requer algum estudo inicial. Em primeiro lugar, porque a cozinha asiática não é uma cozinha que eu domine. Em segundo lugar, porque alguns destes ingredientes não são usados assim com tanta frequência na minha cozinha. Sim, eu sei o que leva o molho teriyaki, sei também dosear a marinada do meu salmão, quando preparo sashimi marinado. Até sei inventar qualquer coisinha, sem recurso a outras receitas ou conselhos. No entanto, receitas são receitas e a das guiozas, para mim, sempre teve aquele ar de minuciosidade.

No dia em que decidi experimentar fazer as guiozas em casa, passei algum tempo colada ao ecrã, a pesquisar técnicas e a roubar ideias para a receita. No fim, com bastante suporte online e estes dedos batatudos e maljeitosos, lá acabei por fazer umas guiozas jeitozinhas. O defeito: 1 ou 2 ingredientes que predominavam e precisavam de ser postos de parte ou reduzidos em quantidade. Sim, porque uma coisa é não saber fazer, outra é não saber apreciar.

Uns meses mais tarde, seguindo o mesmo princípio, decidi misturar um pouco mais de outras receitas e técnicas que, entretanto, fui vendo – nada como tentar melhorar uma receita. Testei a receita final, um pouco a medo, mas gostei mais do resultado. Com sabores igualmente fortes, mas mais subtis, e aquela massa ora um pouco frita, ora cozida a vapor. Sucesso garantido cá em casa.

Gosto da versão frita das guiozas, especialmente por causa dos contrastes da cor, textura e sabor na massa. A versão que vos trago hoje é essa. Eu gosto de as deixar fritar um pouco mais do que o “suposto”, especialmente porque, com o vapor, acabam por ganhar um tom mais acastanhado por todo. No entanto, se as preferem mais clarinhas, estejam atentos ao tempo de fritura. Na receita a seguir, todas as técnicas que eu usei.

Não acho que esta receita seja da minha autoria (e por isso não lhe dou a minha assinatura), até porque é vítima dos retalhos que fui fazendo ao longo das minhas várias tentativas. No entanto, também não vos sei dizer de quem é. É daqui, é dali, é das minhas mãos, do meu paladar e dos conselhos dos outros. Acima de tudo, é uma receita maravilhosa e divertida de fazer – é esse o valor que lhe confiro.

Gyōza

de carne de porco e legumes

Ingredientes para aproximadamente 60 unidades
350g de carne de porco bem picada
1 pak-choi (tamanho médio) cortada finamente
cebolo (8 pés)
2 c. sopa de gengibre ralado finamente
3 dentes de alho esmagados ou ralados
2 a 3 c. de sopa de molho de soja
1 c. de sopa de vinagre de arroz
1 c. de sopa de pasta miso
1 c. de chá de óleo de sésamo
1 c. de sopa rasa de amido de milho
1 pitada de sal
discos de massa para guioza (à venda congelados, em lojas asiáticas – estes de tamanho mais pequeno)
óleo de sésamo para pincelar a frigideira
água q.b. para cozer a vapor

Modo de preparação:

Comece por descongelar os discos antecipadamente. Retire-os da embalagem e coloque-os sobre um pano, para que não sequem demasiado.

Na hora de preparar as guiozas, junte todos os ingredientes numa taça e misture bem. Este processo não tem segredo nenhum, embora aconselhe a que realmente corte finamente a couve e o cebolo, bem como se certifique que a carne de porco está mesmo bem picada.

Seguidamente, lave e seque bem as mãos. Coloque um pouco de água numa taça e comece a preparar as guiozas.

Coloque um disco sobre a palma da mão. Passe um pincel (ou dedo) em água e hidrate um pouco as extremidades do disco.

Com a ajuda de uma faca ou colher pequena, coloque um pouco de carne no centro do disco e pressione. Ajuste o disco na sua mão, e comece a dar-lhe forma.

Feche uma das extremidades e comece a dobrar, prega a prega, até chegar ao fim da massa. O dedo polegar será uma grande ajuda para a massa não colar onde não deve.

Certifique-se que o recheio fica bem protegido dentro da massa e vá colocando as guiozas prontas sobre papel vegetal.

Na hora de fritar, escolha uma frigideira antiaderente, com uma tampa compatível. Pincele a frigideira com um pouco de óleo de sésamo e leve ao lume a aquecer. Disponha as guiozas pela frigideira, para que possam fritar um pouco – deixe fritar por cerca de 2 minutos, em lume médio-alto.

Levante uma das guiozas e verifique o tom da massa. Se estiver com um tom dourado, está na hora de cozer ao vapor.

Deite aproximadamente 100ml de água, de uma só vez, na frigideira, tape e deixe evaporar.

Este processo demorará alguns minutos. Assim que toda a água evaporar, as guiozas estarão prontas.

Acompanhe as guiozas com um molho comprado (há molhos à venda que considero bastante agradáveis) ou prepare um molho caseiro, que é bem simples, bastando ter os ingredientes. Deixo-vos uma ideia:

Molho para acompanhar as Guiozas:
(quantidades a adaptar)
1 dose de molho de soja
1/2 dose de vinagre de arroz
algumas gotas de óleo de sésamo
algumas gotas de um molho picante
cebolinho picado
malagueta picada

Espero que tenham gostado da minha sugestão de hoje. Bem sei que para algumas pessoas não é assim tão fácil encontrar alguns dos ingredientes, no entanto, se puderem (e encontrarem), experimentem – é maravilhoso!

Sim, eu sei que sou suspeita, mas experimentem e digam-me o que acharam.

Aproveito para desejar a todos uma excelente semana e agradecer por continuarem por aqui comigo.

Até breve!

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Chilis e receitas sem truques https://momscooking.ch/2018/10/16/chilis-e-receitas-sem-truques/ https://momscooking.ch/2018/10/16/chilis-e-receitas-sem-truques/#respond Tue, 16 Oct 2018 10:16:14 +0000 https://momscooking.ch/?p=4467 Todos nós gostamos de pelo menos um daqueles pratos simples, tão simples,… ]]> Todos nós gostamos de pelo menos um daqueles pratos simples, tão simples, que repetimos vezes sem conta, fazemos de olhos fechados, temperamos sem provar e ficam sempre, sempre bem. Todos temos pelo menos um, certo? Qual é o vosso?

O meu, admito, não é apenas um, embora aquele que me venha logo à cabeça seja mesmo um dos meus preferidos: Chili com carne.

Chili com carne é aquele prato que sofre bullying à mesa. Uns dizem que é forte porque tem feijão, outros dizem que só pode ser comido no tempo frio, porque é muito pesado. Há ainda aqueles que se queixam do picante, da acidez do tomate, dos temperos pouco saudáveis e da comida não recomendada para uma família inteira – especialmente se estivermos a falar de crianças.

Por todas estas razões e comichões, nos últimos 5 ou 6 anos fui adaptando o meu chili aos vários contextos em que tenho que o fazer. Ora vejam:

Se faço chili para uma ocasião especial, opto por utilizar uma peça grande de carne de vaca que vai ao forno, embrulhada em especiarias, dentro de um tacho pesado, durante pelo menos 4 horas. Este é aquele chili cuja carne se desfaz no garfo e se derrete na boca – uma loucura.

Se faço chili para uma refeição “como outra qualquer”, preparo um guisado simples, utilizando carne previamente picada, junto-lhe vários legumes e temperos mais saudáveis (e contidos), para que se adapte a uma alimentação mais equilibrada e familiar.

Se faço chili para acompanhar com tortilhas ou nachos, normalmente noites ao estilo tex-mex, intensifico os sabores, uso molhos menos naturais e encho-o de tons e sabores picantes, queijo cheddar para derreter e colheradas de guacamole, com margaritas a acompanhar.

Dentro destes estilos, não acho que tenha uma receita preferida, até porque, de certa forma, elas se conjugam entre si e mostram aquilo que mais aprecio neste prato: a fusão de todos os sabores num só.

Há muita gente que pensa que o chili é um prato pouco saudável. Há muita gente que considera o chili um prato para fazer ao fim de semana, por ser muito complicado. Honestamente, a meu ver, o chili pode ser tudo aquilo que nós quisermos – tudo vai depender das nossas escolhas e do contexto em que o queremos fazer.

Depois de toda esta conversa e de perceberem o quanto gosto de chili, devem estar a perguntar-se porque razão nunca publiquei uma única receita. Não vos sei responder. Sei apenas que hoje vou corrigir essa lacuna.

Hoje trago-vos uma das minhas receitas de chili com carne. Esta é aquela receita equilibrada e descomplicada que considero a mais saudável, a mais rápida e a mais prática. Este é o chili que preparo em qualquer dia da semana, seja almoço, seja jantar e opto por cortar na quantidade de carne, insistindo mais nos legumes. Não recorro a caldos, molhos ou artifícios, para além de algumas especiarias que lhe conferem aquele sabor mais característico – e, mesmo assim, uso-as com bastante contenção.

 

Chili com carne

Ingredientes para 4-5 pessoas:
2 cebolas médias
3 dentes de alho
2 cenouras médias
1 talo de aipo
1 pimento vermelho
400g de carne de vaca picada
800g de tomate pelado picado
1 lata pequena de feijão encarnado escorrido
350ml de água
1 lata pequena de milho
1 ramo de coentros
azeite q.b.
sal q.b.
pimenta q.b.
1 c. café de cacau (ou 1 quadrado de chocolate preto)
1 a 2 c. de chá de paprica (doce ou fumada)
1 pitada de canela
1 a 2 c. de chá de cominhos
malagueta (fresca ou seca) a gosto

1 abacate maduro
6 tomates cherry
1 cebola pequena
1/2 lima
1 ramo de coentros

Modo de preparação:

Adicione um bom fio de azeite ao tacho e leve ao lume. Assim que quente, junte a cebola e os alhos picados e deixe refogar um pouco. Junte o aipo picado finamente e envolva bem. Deixe cozinhar por 2 ou 3 minutos.

De seguida, pique finamente as cenouras, corte os pimentos às tiras ou cubos finos e junte tudo ao tacho.

Envolva bem antes de juntar a carne, os coentros picados, as especiarias, o sal e a pimenta. Pique finamente a malagueta e junte.

Deixe a carne ganhar alguma cor, sempre num lume médio-alto. Assim que a carne ganhe um tom dourado, junte o cacau em pó, o tomate pelado picado e a água. Deixe ferver durante alguns minutos, mexendo de vez em quando.

Assim que a água comece a evaporar, prove e rectifique os temperos ao seu gosto.

Ao fim de alguns minutos, vendo que o molho começa a querer apurar, junte o feijão e o milho. Deixe cozinhar por mais alguns minutos, enquanto prepara o guacamole simples.

Para o guacamole, pique grosseiramente 1 abacate maduro, 6 tomates cherry, 1 cebola pequena e 1 ramo de coentros.

Misture tudo e tempere com um pequeno fio de azeite e sal. Por fim, regue com sumo de 1/2 lima, retifique os temperos e reserve.

Por esta altura, o chili deve estar pronto, o seu molho bem apurado. Se fizer questão, deite agora algumas gotas de tabasco, para lhe conferir aquele sabor característico.

Sirva o chili de imediato, simples ou com arroz, com uma colher de guacamole por cima e 1 pouco de sour cream/iogurte grego ou crème fraîche, que irá contrabalançar os sabores e dar alguma frescura ao prato.

Se há coisa que não gosto é de ser privada de comer qualquer coisa porque é “muito fresco para o Inverno” ou “demasiado pesado para o tempo quente”. Se hoje em dia nos queixamos que em Outubro ainda é verão e que em Maio ainda cai geada, então porque é que continuamos a cair nestes preconceitos gastronómicos?

Espero que tenham gostado da minha sugestão de hoje.

Aproveito para desejar a todos uma boa semana e agradecer por continuarem por aqui comigo.

Até breve!

]]> https://momscooking.ch/2018/10/16/chilis-e-receitas-sem-truques/feed/ 0 Uma posta de salmão e uma experiência na cozinha https://momscooking.ch/2018/10/11/uma-posta-de-salmao-e-uma-experiencia-na-cozinha/ https://momscooking.ch/2018/10/11/uma-posta-de-salmao-e-uma-experiencia-na-cozinha/#respond Thu, 11 Oct 2018 16:41:42 +0000 https://momscooking.ch/?p=4444 Muitas vezes dou por mim a pensar em receitas novas, fuga a…

]]> Muitas vezes dou por mim a pensar em receitas novas, fuga a alguns pratos rotineiros, com ingredientes diferentes, novas combinações ou combinações habituais com um novo toque. Também me acontece muito tentar ir buscar o sabor de pratos que comi fora de casa, em restaurantes ou em festas e que, por uma razão óbvia, não consigo obter as receitas. É um fenómeno estranho, que acontece tipo aparição. Em minutos, dou por mim numa teia de sabores e cores e texturas, que nem sempre sei se vão combinar. A partir daí, a vontade é de ir para a cozinha testar novas teorias ou, simplesmente, confirmar se os sabores vão mesmo bater certo. Também vos acontece?

A última vez que este fenómeno me aconteceu foi há 2 dias atrás, à hora de me ir deitar. Claro que a essa hora não dava para ir para a cozinha, muito menos tinha vontade para cozinhar ou fome para comer. No entanto, para não perder a ideia, liguei de novo a luz, peguei num papel e numa caneta e gatafunhei aquilo que vos trago hoje.

No dia seguinte, que foi terça-feira, experimentei a primeira vez esta receita. Apercebi-me de algumas falhas, só e apenas quando já era tarde para as corrigir (ninguém é perfeito…e muito menos eu!). Hoje, corrigidas as falhas e apurados os sabores, aqui estou eu com uma nova receita.

Nem todas as minhas receitas são demasiado elaboradas, nem todas levam uma imensidão de tempo a preparar. Esta, por exemplo, considero uma receita bem simples, para qualquer pessoa que aprecie cruzamento de sabores e texturas. Uma influência daqui, uma influência dali, acabamos com um prato meio asiático, meio ocidental, com sabores muito diferentes e texturas de contraste. Para além disso, a cor. Pratos com cor deixam qualquer pessoa feliz, é inevitável.

A receita que vos trago hoje divide-se em 3 partes, sendo cada uma delas uma actriz principal no prato. Não há preferências, não há rivalidades, todas combinam entre si.

Salmão:

O salmão é um dos peixes que mais gosto de cozinhar. É versátil, saboroso, suculento e fica bem com quase tudo. Para além disso, adoro a forma como ninguém se queixa, à mesa, quando o veem no prato. Hoje não trago salmão cru, nem sashimi nem tártaro. Hoje trago-vos uma espécie de Salmão teriyaki, cheio de sabores doces e salgados, com apontamentos cítricos.

Na primeira versão desta receita, quis juntar-lhe um pouco de mel. A marinada reduz a xarope bem mais depressa e ficou muito mais doce do que aquilo que era suposto. Se quiserem juntar, por uma questão de intensidade de todos os outros sabores, sintam-se à vontade. Eu prefiro a versão sem mel.

Lentilhas pretas:

Vi estas lentilhas no sábado, no supermercado, e ponderei logo fazer um prato de peixe, estilo asiático. Quis usá-las como se fosse um arroz venere, mas, confesso, saiu ainda melhor do que qualquer ingrediente substituto.

Já tinha experimentado cozer quinoa com miso, desta vez trago-vos as lentilhas.

Como a minha pasta miso (desta vez) não é tão forte como as que costumo comprar, decidi juntar 1/2 caldo de legumes – é, como é óbvio, opcional.

Feijão verde e pepino:

Não podia faltar a salada, os verdes. Meia fria, meia quente, croquante q.b., porque neste prato faz todo o sentido. Pensei em servir a salada simples, com muito pouco tempero. No entanto, porque para a semana faz um ano que fomos a Cannes, lembrei-me de uma salada de quinoa, pepino e estragão, acompanhada de tártaro de salmão, que comi no primeiro jantar, ainda a caminho do sul de França.

Adorei aquela salada e, confesso, nunca tinha provado estragão fresco. Tantas e tantas vezes que olhava para a embalagem de estragão no supermercado e pensava, “mas como é que estas pessoas consomem assim o estragão? Isto não sabe mal?”. A receita fica agora devidamente anotada. Acho que fica especialmente bem com peixe e, num futuro próximo, tentarei usar este travo do estragão no sushi, para ver que efeito surte.

Explicado o prato e descritos os principais ingredientes, parece-me que é esta a altura em que vos convido a experimentar esta fusão de sabores. Se alguém tiver coragem e interesse em fazê-lo, peço-vos que me deem a vossa mais sincera opinião.

Salmão Teriyaki,

Lentilhas pretas com Miso

& Salada Verde de Estragão

Salmão Teriyaki – Ingredientes para 2 pessoas:
2 postas de salmão
3 a 4 c. de sopa de molho de soja (provem e adicionem a 4a se acharem necessário)
2 c. de sopa de mirin
2 c. de sopa de sake
1 c. de sopa de vinagre de arroz
1/2 lima
gengibre fresco (opcional)
1 c. de sopa de óleo de sésamo (para cozinhar)

Modo de Preparação:

Junte todos os ingredientes líquidos numa taça e misture bem. Junte de seguida o salmão e os pedaços de gengibre e deixe marinar por pelo menos 1 hora.

Numa frigideira antiaderente, junte um pouco de óleo de sésamo. Escorra as postas de salmão e leve à frigideira, deixando cozinhar 2 minutos de cada lado, em lume médio-alto.

Ao fim desse tempo, retire o salmão e verta a marinada (sem o gengibre). Deixe ferver, baixe um pouco o lume e, assim que reduza para metade, junte o salmão. Envolva bem todo o peixe, tendo o cuidado de não o desfazer, e desligue o lume. Reserve.

Salada de feijão verde e pepino com estragão – Ingredientes para 2 pessoas:
250 a 300gr de feijão verde
1 pepino médio
2 c. de sopa de azeite
1 c. de chá rasa de mostarda de dijon
1 c. de chá rasa de mostarda em grão a l’ancienne (opcional)
sal a gosto
1 c. de sopa de vinagre de vinho branco
1 a 2 ramos de estragão (ou a gosto)

Modo de Preparação:

Limpe e prepare o feijão e leve a cozer, em água e sal, por cerca de 5 minutos. Descasque e parta o pepino aos palitos, não muito finos, e reserve.

Prepare o vinagrete, misturando todos os ingredientes (azeite, mostarda, vinagre, e sal). Assim que bem envolvido, pique o estragão e junte.

Escorra o feijão e deixe arrefecer um pouco. Envolva tudo com o vinagrete e adicione o pepino. Reserve.

Lentilhas pretas com miso – Ingredientes para 2 pessoas:
150g de lentilhas pretas
1 c. de sopa de pasta miso
1/2 caldo de legumes (opcional)
sal (se necessário)

Modo de Preparação:

Leve as lentilhas a cozer com o triplo da quantidade de água. Adicione a colher de miso, o caldo de legumes ou, se preferir, apenas um pouco de sal.

Esteja atento às instruções da embalagem. No meu caso, 30 minutos foram suficientes para que as lentilhas ficassem prontas. Vigie a cozedura, para que não agarre nem queime.

Ao empratar, adicione uma rodela de lima e, se quiser, alguns tomates cherry.

Sirva ainda morno ou frio, regando o salmão com o xarope que ficou na frigideira. Salpique com sésamo branco.

Espero que tenham gostado da minha sugestão e atendam ao meu pedido, caso tentem replicar este prato.

Como estamos a um passo do final da semana, e esta semana em concreto tem sido muito bem preenchida com actividades fora de casa, aproveito para vos desejar um excelente final de semana.

Aproveito para agradecer por continuarem por aqui comigo.

Até breve!

 

 

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A laranja no topo do bolo https://momscooking.ch/2018/10/08/a-laranja-no-topo-do-bolo/ https://momscooking.ch/2018/10/08/a-laranja-no-topo-do-bolo/#respond Mon, 08 Oct 2018 09:56:46 +0000 https://momscooking.ch/?p=4414 Há muitos anos atrás, não sei precisar quantos, embora consiga reconhecer que,… ]]> Há muitos anos atrás, não sei precisar quantos, embora consiga reconhecer que, por essa altura, era fashion ver a Casa Cheia e cantar as músicas do Festival da Canção, fomos convidadas a passar um fim de semana em Valpaços, com o nosso primo Rui – eu, a Patrícia e a nossa prima Marta.

O Rui era aquele primo cool, com quem queríamos ser vistas, para parecermos mais velhas e estilosas. Era o primo que aparecia de vez em quando e nos mostrava as cenas mais modernas e revolucionárias que uma miúda tonta de 10 ou 11 anos nunca tinha visto. Sim, ainda me lembro das botas pesadíssimas, e das canecas de leite com Milo, para o lanche, que ele servia em canecas gigantes de vidro.

Pensando agora no assunto, não deve ter sido nada fácil para os nossos pais, deixarem-nos ir assim, para fora de casa, mesmo que debaixo da asa segura de um familiar. No entanto, o motivo era mais do que maior: íamos conhecer a noiva dele – a mais do que cool e super fashion Maria João.

A tão esperada sexta-feira chegou e as borboletas no estômago também. O objectivo da viagem era enorme, mas o facto de irmos sozinhas, com o nosso primo, tornava tudo ainda mais especial.  Caramba, se me lembro deste dia! Os telemóveis que não existiam, os ponteiros do relógio que não paravam e o Rui que teimava em não aparecer – naquele início de noite, valia-nos o consolo da minha mãe que, na dúvida, dizia-nos que ele deveria estar a chegar a qualquer momento.

A viagem aconteceu. Uma ou duas horas depois, mas aconteceu. Tenho memórias de quase tudo: de chegar a Valpaços, de conhecer a minha prima Maria João e os pais dela, do nosso quarto (onde nos sentíamos umas miúdas crescidas), da ida à piscina e das toucas amarelas que nos compraram (e que aposto que a minha irmã ainda guarda).

No último dia, como que em despedida, o Rui decidiu presentear-nos com um bolo de laranja que acabou por ficar mal cozido. Propositadamente cru ou não, o bolo estava divinal, de tal forma que nunca mais nos esquecemos de contar esta história, sempre que se fazia algum bolo lá em casa.

Para desgosto do nosso irmão, que ainda hoje tem o hábito de nos obrigar a tirar os bolos do forno antes do tempo, a receita do bolo de laranja nunca foi vítima de réplica. Por outro lado, impulsionada por tudo isto, a minha irmã fez sua missão descobrir uma receita de bolo de laranja que cumprisse com os requisitos.

Um dia, talvez uns 4 ou 5 anos mais tarde, culpa das poucas fontes de pesquisa da época, a Patrícia encontrou “a receita” do bolo. Cada vez que o fazíamos mexíamos aqui e ali, nas quantidades de laranja ou de manteiga. O bolo ia, pouco a pouco, ganhando uma forma mais pessoal e tornando-se mais nosso e menos daquele livro envelhecido.

A receita original incluía um glacé de laranja no topo que, por na altura não saber fazer, a minha irmã substituiu por sumo de laranja. O bolo, que já era bom, transformava-se num quase pudim, a enganar as vontades de bolo mal cozido.

Há 2 anos atrás, pela altura dos anos do Miguel, tentei fazer pela primeira vez esta receita incluindo o glacé. O resultado foi um sucesso, toda a gente elogiou o bolo e eu passei a adoptar a receita assim, tal como a original.

É esta a receita que vos trago hoje: um bolo de domingo, que a minha irmã não criou, mas adaptou à sua (e nossa) vontade. E uma homenagem aos bons anos que já lá vão e que a minha cozinha obriga a que nunca sejam esquecidos.

O bolo é um sucesso de tão fácil e rápido que é. Ontem foi ele que salvou 4 laranjas de apodrecerem na fruteira.

Bolo de Laranja

com sumo ou glacê

Ingredientes:
110g de manteiga (à temperatura ambiente)
110g de açúcar
120g de farinha
1 pitada de sal
2 ovos médios
raspa de 2 laranjas
sumo de 1 laranja
1 c. de chá rasa de fermento
200g de açúcar de confeiteiro
sumo de laranja q.b.

Modo de Preparação:

Antes de começar a preparar a massa, é essencial que todos os ingredientes estejam à temperatura ambiente.

Pré-aqueça o forno a 190°.

Comece por bater um pouco a manteiga, com uma colher de pau. Junte o açúcar e envolva tudo muito bem.

Junte de seguida os ovos, um de cada vez, envolvendo muito bem entre cada um. Assim que os ovos estejam bem envolvidos, junte a farinha, o fermento e uma pitada de sal.

Por fim, junte a raspa de 2 laranjas e o sumo de apenas 1. Misture bem e coloque numa forma pequena, untada com margarina.

Leve ao forno durante 20 minutos, controlando a meio se é necessário cobrir o bolo. Note que, dependendo do tamanho da forma, o tempo de cozedura também pode mudar.

Assim que o bolo esteja pronto, tire-o do forno e desenforme-o. Regue o bolo com metade do glacê.

Para fazer o glacê deite o açúcar de confeiteiro numa taça e vá adicionando o sumo de laranja, pouco a pouco, até obter a espessura que pretende.

Assim que o bolo arrefeça completamente, deite o restante glacê.

Esta receita é simples e sai sempre maravilhosa, mesmo quando, por azar, a massa talha um pouco ao juntar os ovos.

Se preferir encharcar o bolo com sumo de laranja (em vez de cobrir com o glacê), regue vagarosamente o bolo, ainda quente, para que ele consiga embeber todo o sumo e ficar com uma textura tipo pudim.

Espero que tenham gostado da sugestão de hoje, o nosso lanche de domingo.

Aproveito para desejar a todos um excelente início de semana e agradecer por continuarem por aqui comigo.

Até breve!

 

 

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Cogumelos apressados, para todos os gostos https://momscooking.ch/2018/10/04/cogumelos-apressados-para-todos-os-gostos/ https://momscooking.ch/2018/10/04/cogumelos-apressados-para-todos-os-gostos/#respond Thu, 04 Oct 2018 11:36:46 +0000 https://momscooking.ch/?p=4387 Os cogumelos frescos são um ingrediente que utilizo muito, cá em casa,… ]]> Os cogumelos frescos são um ingrediente que utilizo muito, cá em casa, embora nem sempre lhes dê o protagonismo devido no prato. Uso-os para acompanhar bifes, para juntar a guisados, tortilhas e omeletes, saladas quentes/frias como o couscous, ou comidas de influência asiática, geralmente preparadas no wok. Já os cogumelos secos, esses, ajudam-me sempre a dar aquele sabor maravilhoso a alguns caldos caseiros (para os risotos e não só) e molhos mais densos.

Com a chegada do Outono, os supermercados e os mercados de rua, com bancas de produtores locais, enchem-se de cogumelos maravilhosos, com tons e texturas tão diferentes entre si. Alguns deles, admito, tenho medo de comprar – chamem-me medricas à vontade, é mesmo uma área que desconheço. No entanto, há variedades que não me causam qualquer impressão e que, misturadas, fazem um festim em qualquer prato simples que se prepare.

Na sexta-feira passada, durante as nossa ida ao supermercado, decidi comprar uma mistura de cogumelos frescos, sem lhes atribuir rumo certo nas refeições desta semana. Nunca nada se estraga, é certo, e pela minha cabeça passou uma eventual sopa de cogumelos, um salteado com legumes ou um simples risoto. Lá está, é o tipo de ingrediente versátil que se prepara a qualquer instante e sabemos sempre que vai ficar bem.

Ontem, indecisa entre um velouté e um risoto (porque sei que todos adoram risoto, mas a mim não me apetecia comer arroz), decidi fazer os dois, seguindo a mesma receita de base, para simplificar. Fácil, tão fácil, quase que mecânico, transformei uma mesma receita em dois pratos rápidos e distintos, com o sabor dos cogumelos em comum.

Sobre a rapidez com que preparei este prato: ter caldos caseiros preparados de antemão ajuda a encurtar o tempo. No entanto, à falta deles (porque também me acontece), preparem um caldo “a correr”, mesmo que semi-artificial. Juntem uns cogumelos e umas ervas, para adicionar um sabor mais caseiro, e está pronto a ser usado.

Risoto rápido de cogumelos

Ingredientes para 3-4 pessoas
1 cebola média
1 dente de alho
aipo (1/4 talo – opcional)
300gr de arroz para risoto
1lt de caldo de frango e legumes (preferencialmente caseiro)
1/2 copo de vinho branco
300g de mistura de cogumelos frescos
manteiga (1 c. de sopa não cheia)
queijo parmesão ralado na hora (uma mão cheia)
azeite q.b.
cebolinho fresco q.b.
sal q.b.
pimenta q.b.

Modo de Preparação:

Comece por preparar ou aquecer o caldo de frango e legumes. Cá em casa, tenho geralmente caldo de frango e legumes preparado e congelado para todo o tipo de utilização. Para esta receita, aqueci 1 litro de caldo e juntei-lhe 3 cogumelos fatiados, para começarem a dar algum sabor. No fim, juntei os cogumelos ao risoto.

Descasque e pique a cebola e o aipo. Refogue-os num pouco de azeite, deixando cozinhar por alguns minutos, antes de adicionar o alho picado.

Junte depois o arroz e deixe-o fritar um pouco, em lume médio, mexendo sempre.

Assim que note que o arroz fritou ligeiramente, junte os cogumelos partidos a gosto e envolva bem, para que também fritem um pouco. Tempere com um pouco de sal e pimenta e deixe cozinhar por 1 ou 2 minutos.

Adicione de seguida o vinho branco e deixe evaporar, mexendo com regularidade. Assim que note que o líquido reduziu, comece a deitar as primeiras conchas de caldo quente. Verifique os tempos de cozedura do arroz e, a partir daí, repita este passo sempre que note que o caldo absorveu quase que totalmente, mexendo com frequência.

Assim que o arroz esteja cozido, mas não em demasia, retire o tacho do lume e adicione uma boa noz de manteiga e o queijo parmesão, ralado na hora. Envolva tudo suavemente e tape, deixando o arroz repousar por 2 minutos.

Ao servir, acompanhe com cebolinho fresco picado, um pouco de parmesão ralado no momento e um fio de azeite.

Creme aveludado de cogumelos

Ingredientes para 3-4 pessoas
1 cebola média
aipo (1/2 talo)
1 alho francês pequeno
800ml caldo de frango e legumes (preferencialmente caseiro)
1/2 copo de vinho branco
300g de mistura de cogumelos frescos
250ml de creme de culinária de origem vegetal (natas de soja, por ex.)
sal q.b.
pimenta q.b.
noz-moscada q.b.
azeite q.b.
cebolinho fresco q.b.

Modo de Preparação:

Comece por preparar ou aquecer o caldo de frango e legumes, para que esteja bem quente quando o juntar aos restantes ingredientes.

Descasque e pique as cebolas, o alho francês e o aipo. Refogue-os num pouco de azeite, deixando cozinhar por alguns minutos.

Assim que os legumes estejam mais suaves e com alguma cor, junte os cogumelos partidos grosseiramente e envolva bem, para que fritem um pouco. Nesta altura, tempere ainda com um pouco de sal, pimenta e noz-moscada e deixe cozinhar por 4 ou 5 minutos.

Adicione de seguida o vinho branco e deixe evaporar. Imediatamente, deite o caldo de frango e legumes e aumente o lume, para que tudo comece a ferver bem depressa. Deixe ferver em lume médio-alto, durante alguns minutos, até que os legumes estejam bem cozidos, para serem triturados.

Triture tudo com a varinha mágica, até formar um creme homogéneo. Inicialmente, por causa do alho francês, o creme vai parecer um pouco grumoso. No entanto, se continuar a triturar e juntar um pouco mais de caldo, começará logo a notar diferença. Por fim, ainda a triturar, junte o creme de culinária de origem vegetal (use natas, se preferir).

Ao servir o creme aveludado de cogumelos, acompanhe com um pouco de cebolinho fresco picado na hora e um bom fio de azeite.

Como podem ver pelas receitas, os únicos ingredientes diferentes entre si são o arroz e o parmesão para o risotto e o creme vegetal e o alho francês para o creme aveludado. Uma base, 2 pratos – não há razões para não ficarmos contentes a meio da semana.

Aproveito para desejar a todos um excelente dia, bem como agradecer por continuarem por aqui comigo.

Até breve!

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As maçãs e os domingos em família https://momscooking.ch/2018/10/01/as-macas-e-os-domingos-em-familia/ https://momscooking.ch/2018/10/01/as-macas-e-os-domingos-em-familia/#respond Mon, 01 Oct 2018 19:31:46 +0000 https://momscooking.ch/?p=4349 Os anos passam e algumas tradições ficam. Ainda bem que assim é,… ]]> Os anos passam e algumas tradições ficam. Ainda bem que assim é, especialmente quando se trata de tradições que mantêm uma família junta, à mesa. Conversas que não têm fim, vozes que se atropelam, relógios que não vêem as horas que passam e saudades que se matam, mas nunca o suficiente para que fiquem mortas.

Quantas vezes, em conversa com familiares, amigos e conhecidos, damos por nós a falar daquela travessa, marco das férias com os primos, dos almoços nos dias festivos, dos dias em que o Herman ainda tinha piada e daquela comidinha especial que só as avós sabiam preparar?

Os pratos que reproduzimos, sejam das nossas avós, sejam das nossas mães, podem nunca mais ter o mesmo sabor. É certo e sabido que os tempos mudam, os ingredientes transformam-se, até os utensílios perdem o seu valor, quando feitos com materiais diferentes. Para além disso, a memória que temos de determinado paladar, acaba por se ir deteriorando – há uma série de factores que interferem nos sabores das receitas que passamos de geração em geração.

No entanto, a meu ver, o verdadeiro valor daquilo que fazemos está no cumprir (e manter) a tradição, na lembrança dos pequenos detalhes, das pequenas conversas, sons, cheiros e sabores, mesmo que já meio deturpados.

Domingo é, para mim, o melhor dia para vestir o avental, para o encher de farinha e tingir as mãos com os mais variados cheiros. Domingo é dia de cozinhar receitas de família, dia de ter o forno ligado por tempo indeterminado, até que tudo se acabe, excepto a loiça dentro da pia.

Ontem não foi excepção e, para além do frango assado com legumes, que terá destaque numa das minhas próximas receitas, foi ainda dia de encher a casa de aromas doces, de massa amanteigada a formar crosta e de fruta a caramelizar.

A ideia inicial era fazer uma tarte pomposa, reflectindo eventualmente o meu mau jeito para simetrias. No entanto, na sexta-feira, enquanto andava a comprar o resto das coisas para o fim de semana, dei por mim a entrar na leitaria/queijaria da vila, para comprar manteiga avulso, produto local.

Estou cada vez mais rendida aos produtos da região, isso é certo, mas nunca pensei que aquela simples manteiga fosse mudar radicalmente o sabor da massa da tarte, tornando-a em algo único que, em vez de pedir para ser elegante, pediu para ser rústica e tosca, em homenagem à simplicidade da vida no campo e às vaquinhas que muito bem se tratam para nos poderem dar aquele leite maravilhoso.

O resultado final foi uma surpresa maravilhosa, de muita massa comida crua e de um topo de um intenso crocante. Já as maçãs, que se mantiveram firmes e fiéis aos seus sabores, uniram-se em perfeita sintonia com a compota criada pelos mirtilos.

Não sou fã de acompanhar quentes com gelados, excepto talvez nos brownies. Por esta razão, dei por mim, à última da hora, a fazer um creme inglês apressado, com travo a limão e baunilha, que deixou a tarte ainda mais reconfortante.

Que belo domingo que nós tivemos ontem!

Tarte crocante de

Maçãs & Mirtilos

Ingredientes para 6-8 pessoas:

Para a massa:
325g de farinha
75g de açúcar amarelo
180g de manteiga fria, aos cubos
2 gemas de ovo
2 c. de sopa de água gelada
1 pitada de sal

Para o recheio:
8 maçãs boas para assar
80g de açúcar amarelo
1 limão
1 pitada de sal
1 c. de café de baunilha
1 c. de café de canela
300g de mirtilos
3 c. de sopa rasas de amido de milho

Para finalizar:
1 ovo para pincelar + açúcar para polvilhar

Modo de preparação:

Use um processador para fazer a massa, pois vai ser mais rápido e prático.

Coloque a farinha, a pitada de sal, o açúcar e a manteiga aos cubos no processador. Pulse várias vezes, até criar uma espécie de areia.

De seguida, junte 2 gemas de ovo e 2 colheres de água bem gelada. Misture constantemente, até que a massa ganhe corpo e forme uma espécie de bola.

Retire tudo do triturador e pressione com as mãos até formar 1 disco grande. Corte 1/3 da massa e forme 1 disco mais pequeno e um maior.

Embrulhe ambos os discos em película aderente e leve ao frigorífico, enquanto prepara o recheio.

A massa deverá descansar pelo menos 30 minutos no frio.

Descasque as maçãs e corte-as da forma que achar mais conveniente. Deite sobre elas um pouco de sumo de limão, para que não oxidem tão depressa.

Assim que terminar, deite o açúcar, a canela, a baunilha e a pitada de sal e envolva bem.

Deixe repousar por 15 minutos.

Pré-aqueça o forno nos 180°.

Unte uma tarteira com um pouco de manteiga. Utilizando o disco maior, estique a massa e cubra a base e as laterais da tarteira. Note que a massa pode partir um pouco. Se partir, espalhe com os dedos para corrigir as falhas.

O importante é que toda a tarteira fique bem coberta de massa.

Coloque uma folha de papel vegetal sobre a massa e, por cima, algo que faça peso. Eu tenho, como habitual, um frasco com feijões secos – que reutilizo.

Leve ao forno durante 12 minutos, para que a base da massa cozinhe um pouco.

Enquanto espera, junte, na taça das maçãs, os mirtilos e o amido de milho. Envolva bem para que fique sem grumos.

Aproveite ainda para esticar o disco de massa mais pequeno, cortando depois a massa às tiras finas. Pense na decoração que vai fazer, com a massa que tem.

A massa irá ficar bastante crocante, isso é certo.

Assim que os 12 minutos passarem, tire a tarteira do forno e retire delicadamente o papel vegetal.

Deite sobre a tarteira o recheio das maçãs e dos mirtilos e decore, de imediato, com a massa que sobrou.

Pincele apenas a massa (tiras e extremidades) com 1 ovo batido e polvilhe com açúcar.

Leve ao forno durante cerca de 25 minutos, altura em que o topo da tarte terá uma cor dourada e os mirtilos tenham libertado os seus sucos.

Deixe arrefecer um pouco antes de servir. Delicie-se com esta tarte ao natural, acompanhada de um creme inglês quente ou, se preferir, a tal bola de gelado.

Espero que tenham gostado da minha sugestão e que, caso queiram fazer esta ou outra tarte, escolham sempre uma boa manteiga – pois fará toda a diferença na massa.

Aproveito para desejar a todos uma excelente semana e agradecer por continuarem por aqui comigo.

Até breve!

 

 

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Quem me segue os passos (e os pratos) https://momscooking.ch/2018/09/29/quem-me-segue-os-passos-e-os-pratos/ https://momscooking.ch/2018/09/29/quem-me-segue-os-passos-e-os-pratos/#respond Sat, 29 Sep 2018 17:50:05 +0000 https://momscooking.ch/?p=4324 Quinta-feira foi dia de ir às compras e de namorar, mais um… ]]> Quinta-feira foi dia de ir às compras e de namorar, mais um bocadinho, as muitas variedades de abóboras que se encontram, à venda, pelos supermercados. Sinto-me assim, no geral, com as novas tendências de Outono, especialmente as das bancas da fruta e dos legumes. Claro que quando vi as abóboras já tinha o meu menu semanal planeado e escrito, à minha frente. Ainda mais claro que, em sintonia com o meu último post, aldrabei e gatafunhei tudo, para poder trazer mais uma abóbora cá para casa.

Não precisei de muita inspiração para decidir onde usar a abóbora. Quando o frio se começa a fazer sentir, existe uma pequena lista de pratos que volto a tirar da gaveta. Pratos quentes, eventualmente (bastante) menos saudáveis, confort food pura, daquela que não deixa só peso na consciência. Claro que não estou a falar de comida do dia-a-dia, estes são pratos que fazemos quando temos visitas ou, simplesmente, porque é fim de semana – e hoje é Sábado! Deem-se a estes mimos de vez em quando.

Existem 1001 formas de fazer o prato que vos trago hoje, sem sequer ser necessário seguir uma receita, nem quantidades certas. Aliás, nem precisamos de o chamar pelo nome – embora eu o vá fazer.

Macaroni and cheese (abreviado: Mac’n’cheese – a alegria de muitos por este mundo fora, não só dos que moram do lado de lá do Atlântico), é só e apenas um dos pratos mais calóricos e menos saudáveis que existe. É possível que esteja a exagerar no ranking, no entanto, também não vale a pena estar a pôr flores de curgete onde elas não existem.

Cozer massa para depois a besuntar, afundar e gratinar num intenso molho, feito com bechamel e (muito) queijo cheddar, não deixa propriamente margem para erros – mas, outra vez, que mal faz um miminho de vez em quando?!

Este é um dos pratos preferidos da minha irmã e hoje faço-o porque falámos dele ainda há dias – inspiração/influência/energias! É um prato quente, calórico, decadente, life changing – diria eu, no meu tom mais teatral. Serve de consolo para os dias maus, satisfaz (até ao limite máximo) o nosso estômago lambão e é mais uma companhia perfeita para um Sábado preguiçoso, de céu esquisito, daqueles que tem como requisito o pijama vestido, pelo menos durante mais de 85% do dia.

Uma travessa de mac’n’cheese pode incluir uma variedade enorme de ingredientes: desde os queijos, aos vegetais ou toppings crocantes, passando por temperos extraordinários de algumas ervas aromáticas. Cá em casa, por exemplo, gosto de usar salva ou tomilho e, se bem me lembro, foi no último inverno que testei uma versão com couve-flor.

Decidi baralhar a lógica da receita que costumo fazer (e do seu nome) e trazer uma versão bem outonal com a abóbora, claro. À semelhança do que ela tem feito ao ver os meus últimos pratos, sei que a minha irmã vai tentar fazer este mac’n’cheese assim que lhe for possível, mesmo que fora de horas.

Afinal, dizem que não há horas certas para apreciar uma taça de mac’n’cheese ou, como eu lhe chamo hoje:

Rigatoni ‘n’ Cheese

com recheio de abóbora, pera e noz

Ingredientes para 4-5 pessoas
500gr de abóbora aos cubos
2 peras descascadas
1 cebola média
2 dentes de alho
azeite q.b.
sal q.b.
pimenta q.b.
noz-moscada q.b.
300gr de massa rigatoni
2 c. de sopa de manteiga
2 c. de sopa de farinha de trigo
300ml de natas
300ml de leite
1 chávena de mistura de queijos ralados (usei gruyère, mozarela e cheddar, mas pode usar os que quiser, desde que derretam bem)
125gr de nozes picadas
1 chávena de pão ralado
1/2 chávena de queijo parmesão ou grana padano ralado

Modo de preparação:

Comece por pré-aquecer o forno nos 190°.

Disponha, num tabuleiro, a abóbora e a cebola aos cubos, a pera às rodelas, e os dentes de alho, ainda com casca. Regue tudo com um bom fio de azeite e tempere com sal, pimenta e noz-moscada a gosto. Envolva bem e leve ao forno, durante cerca de 30 minutos.

Numa panela com bastante água ( a ferver), junte uma boa pitada de sal e a massa rigatoni. Deixe cozer, de acordo com as instruções da embalagem, para que a massa fique al dente. A minha, por exemplo, levou cerca de 12 minutos.

Assim que acabar de cozer, escorra (mas guarde 1 copo da água de cozer a massa, pois pode ser preciso) e regue com azeite, para que a massa não cole. Reserve.

Num tacho médio, leve a manteiga a derreter. Assim que derretida, adicione a farinha e mexa bem. Junte de seguida as natas e o leite e envolva. Tempere com um pouco de sal, pimenta e noz moscada e mexa sem parar, deixando engrossar, sempre em lume médio. Assim que engrossar, deite a chávena de queijos ralados e envolva tudo muito bem. Se necessário, adicione um pouco da água de cozer a massa. Reserve.

Por esta altura, a abóbora, a cebola e as peras deverão estar prontas. Descasque os alhos e despeje tudo num recipiente alto. Triture com a varinha mágica e reduza a um puré suave.

Por fim, adicione as nozes picadas e prepare tudo para montar o tabuleiro (1 familiar ou vários individuais) de mac n’ cheese.

Unte o(s) tabuleiro(s) com um pouco de manteiga. Coloque o puré de abóbora e noz num saco de pasteleiro (ou outro improvisado), para que consiga encher melhor as massas.

Forre o fundo do tabuleiro com 2 ou 3 colheres de molho de queijo. Disponha o rigatoni recheado por cima do molho e volte a colocar colheres de molho de queijo para cobrir tudo. Repita estes passos.

Por fim, assim que se esgote a massa e o molho de queijo, prepare o topping:

Junte 1 chávena mal cheia de pão ralado, 1/2 chávena de queijo grana padano ralado (ou parmesão) e 1 colher de azeite. Misture tudo com as mãos e distribua esta mistura no topo do(s) tabuleiro(s).

Leve ao forno durante pelo menos 15 minutos, ou até ficar com uma cobertura bem dourada e estaladiça.

Espero que tenham gostado da minha sugestão de hoje que, embora pouco saudável, também faz bem ao coração (embora só metaforicamente falando).

Desejo a todos a continuação de um excelente fim de semana e agradeço por continuarem por aqui comigo.

Até breve!

 

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O conforto de uma carne estufada https://momscooking.ch/2018/09/28/o-conforto-de-uma-carne-estufada/ https://momscooking.ch/2018/09/28/o-conforto-de-uma-carne-estufada/#respond Fri, 28 Sep 2018 14:10:58 +0000 https://momscooking.ch/?p=4282 Sou pessoa de listas, de menus mensais, semanais e planos para os… ]]> Sou pessoa de listas, de menus mensais, semanais e planos para os próximos dias. Sou assim e devia ter orgulho nisso. No entanto, porque ao mesmo tempo que me organizo desta forma, estou constantemente a passar por cima dos meus próprios planos e a reinventá-los, sinto que me transformo numa espécie de mãe/mulher/dona de casa um pouco louca. Depois, depois percebo que somos todos assim e que só aos olhos de quem não o faz é que parecemos doidos – e essas pessoas não percebem nada deste assunto, isso é certo!

Então vejamos: se passamos o dia a receber e a processar imagens, cheiros, sabores e conversas, para além de energias, experiências e influências de outras pessoas (seja de quem for e por que razão for), porque é que temos que nos contentar com primeiros planos? Os planos foram feitos para serem alterados e aprovados, certo? Além disso, não é como se estivéssemos a copiar o teste de alguém e fossemos ser punidos por isso.

A meu ver, tirar proveito daquilo que somos obrigados a processar é extremamente inspirador e motivante. Se as abóboras estão em promoção no supermercado, porque é que temos que comprar o feijão verde para aquela sopa que tínhamos planeado? O feijão-verde não nos vai apontar nenhuma arma, tão pouco vai ficar a chorar. Mais, se a receita que está a dar no programa da manhã nos deixa a salivar (e nós até temos tudo no frigorífico para fazer igual) porque é que temos que seguir à risca o plano que estava definido para o almoço?

Foi nesta onda de inspiração que o nosso jantar enfadonho de quarta-feira se transformou neste estufado maravilhoso, que vos trago hoje. Aliás, posso-vos dizer que se não fosse por causa de uma conversa que tive, à porta da escola da Alice, com a avó de um dos amiguinhos dela, jamais teria alterado os planos para o jantar.

Há já muito tempo que o Miguel se andava a queixar de ter saudades de um estufado de carne com puré de batata. Achei que era a altura perfeita para lhe fazer este prato, que ele tanto gosta, e que também me estava a apetecer.

Porque estou numa maré de reinvenção de receitas, ditas habituais cá em casa, especialmente porque, durante a semana, jantamos bem cedo e tentamos comer o melhor possível, decidi usar couve-flor e experimentar um puré diferente.

Ambas as receitas que vos trago hoje são simples, tão simples. A meu ver, só pecam por uma coisa: o facto de eu não ter usado uma panela de pressão, tendo em conta que fiz esta receita em pleno dia de semana. Claro que a panela de pressão é opcional, tal como cozinhar da forma mais tradicional e lenta o é.

Eu prefiro a segunda opção, isso é certo, até porque consigo ficar muito mais atenta aos tempos de cozedura da carne e à espessura do próprio molho. Optar pela panela de pressão, no entanto, facilitaria e adiantaria muito o processo. Escolham a modalidade que preferirem – a carne ficará sempre maravilhosa e os sabores aconchegarão bem o nosso estômago e alma.

Estufado de carne e cenoura

&

Puré de couve-flor assada

Ingredientes para 3-4 pessoas:
600gr de carne de vaca para estufar
2 cebolas médias
3 cenouras médias
2 dentes de alho
2 talos de aipo
1 tomate grande maduro
250ml de vinho tinto
3 c. de sopa de polpa de tomate
1 c. de sopa de farinha
azeite q.b.
650ml de caldo de carne e legumes (preferencialmente caseiro, embora eu tenha usado de compra desta vez)
sal q.b.
pimenta q.b.
1 folha de louro
1 c. café de paprica
1 ramo de salsa

Modo de preparação:

Comece por cortar a carne aos cubos pequenos. Seque bem, utilizando uma folha de papel absorvente, e tempere com um pouco de sal e pimenta.

Num tacho com fundo antiaderente, coloque um pequeno fio de azeite e leve a aquecer. Assim que bem quente, comece a selar a carne, colocando pequenas quantidades de cada vez e virando para que todos os lados ganhem um tom caramelizado.

Sempre que uma dose de carne esteja pronta, coloque num prato e reserve. Assim que todos os cubos de carne estejam bem selados, coloque a cebola a refogar. A cebola pode ser cortada em cubos grandes. Quanto ao aipo, que deve juntar logo a seguir, lave muito bem, retire os fios e corte finamente. Junte ainda o alho, partido finamente.

Assim que os legumes estejam com uma cor dourada e bem mais suaves, junte o copo de vinho tinto e deixe evaporar um pouco.

Entretanto, salpique a carne com 1 colher de sopa de farinha e envolva suavemente a carne. Junte ao tacho do refogado e envolva bem, a uma temperatura média-baixa.

De seguida, adicione a polpa de tomate, o tomate maduro picado, a folha de louro e o ramo de salsa (por causa da acidez do tomate, pode ainda adicionar uma colher de café de açúcar). Tempere com um pouco de paprica e envolva tudo suavemente, num lume baixo. Não adicione sal nesta altura, pois a carne já está temperada e ainda vai ter que adicionar o caldo de carne e legumes.

Adicione 500ml de caldo (reserve o restante caso venha a ser necessário) e aumente a temperatura, até começar a ferver. Junte as cenouras descascadas e partidas em pedaços grandes e tape.

Deixe a carne estufar em lume médio-alto, durante cerca de 1h30, vigiando regularmente. Note que a carne pode levar mais ou menos tempo a cozinhar, se feita tradicionalmente. Como referi, pode utilizar a panela de pressão para estufar a carne mais depressa.

É importante que vigie a carne para evitar que cole no fundo do tacho e que o molho evapore depressa de mais. Neste caso, junte o caldo que guardou, tendo sempre em atenção que o que se pretende é um molho espesso – sim, isto vai fazer a diferença!

O puré leva cerca de 45 minutos a preparar, pelo que não precisa de se preocupar com ele até à segunda parte da cozedura da carne.

Ingredientes para o Puré de Couve-flor assada:
1 couve-flor com aprox. 1 kg
3 ou 4 dentes de alho ainda com casca
250ml de creme vegetal
sal q.b.
azeite q.b.
noz-moscada q.b.
limão (raspa)

Modo de preparação:

Pré-aqueça o forno a 180°. Lave a couve-flor e divida-a em pequenos floretes.

De seguida, coloque os floretes num tabuleiro, forrado a papel vegetal. Regue com um fio de azeite e tempere com um pouco de sal e noz-moscada, a gosto.

Junte ainda os dentes de alho com casca, regados com um pouco de azeite. Leve ao forno durante aproximadamente 40 minutos, tendo o cuidado de baixar o forno para os 150°, ao fim dos primeiros 5 minutos de cozedura.

Aqueça o creme vegetal numa panela e reserve. Assim que a couve-flor esteja assada, coloque tudo na panela (tirando a casca aos alhos e juntando-os também). Triture tudo com a varinha mágica, tendo o cuidado de retificar os temperos, se necessário.

Por fim, no momento de servir o puré e a carne, salpique com algumas raspas de limão e folhas de salsa fresca.

Espero que tenham gostado desta simples, mas maravilhosa, sugestão. Podem pensar que o puré de couve-flor não tem o impacto de um puré de batata, e têm razão, mas é extremamente delicioso e, ao mesmo tempo, muito mais leve para comer à noite.

Aproveito para desejar a todos um excelente fim-de-semana e agradecer por continuarem por aqui comigo.

Até breve!

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