Os doces que se preparam a qualquer hora

Ontem terminei o dia com a mesma receita com que comecei o dia de hoje. Confuso? Nem por isso. Conto-vos a história:

Sempre gostei de fazer bolos e tartes, embora tenha consciência de que sou muito menos criativa no que toca a receitas com açúcar. Para mim, um dos problema da pastelaria (para além do óbvio!) está nas doses desproporcionais que geralmente fazemos. Porque é que o bolinho de Domingo dá para alimentar uma equipa de futebol, se cá em casa somos só 3?

Fazer um bolo, uma tarte, um cheesecake, tem quase sempre como consequência uma série de passagens injustificadas pela cozinha. Corta daqui, mordisca ali …

Para este problema, encontrei duas soluções: congelar o bolo às fatias (que nem sempre é viável) e/ou mandar o bolo para o lanche do Miguel e dos colegas dele.

Com a 2a alternativa aprendi, ao longo dos anos, que há homens muito esquisitinhos – ou então é um problema no quadro genético dos informáticos.

Uns não gostam do ingrediente que predomina (ora porque é côco, ora porque é noz, ora porque é laranja ou chocolate). Há ainda os que não gostam de bolos com cobertura, porque se cola aos dedos (e não os deixa teclar?!). Pior, há quem ache que bolos só devem ser comidos se feitos no próprio dia – e aqui é o meu limite.

A conversa é muita, mas a verdade é que nunca um bolo regressou a casa, depois de eu lhe dizer adeus a primeira vez.

Há cerca de 1 ano atrás, por força das circunstâncias, o Miguel levou uma fatia XXL de Apfelstrudel para o trabalho. Em plena hora de almoço, mandou-me uma mensagem a dizer que um dos colegas que almoça com ele tinha adorado e que eventualmente um dia tinha que voltar a fazer.

Chegou o fim do ano, a mudança da casa…e as desculpas foram sendo postas em cima da mesa, em vez do strudel de maçã.

Hoje foi o dia. Mentira, ontem foi o dia. Hoje foi apenas uma repetição. E que maravilhosa repetição. Claro que já recebi feedback e, acreditem, foi tão positivo que agradeço por não me terem sobrado ingredientes – ia já fazer um terceiro strudel.

Apfelstrudel

ou

O meu strudel de maçã

Ingredientes:
4 a 5 maçãs (tamanho médio)
35g de pão ralado
65g de amêndoas moídas (com pele)
90g de açúcar (usei 20g de mascavado escuro e 70g de amarelo)
1 pitada de sal
80g de manteiga (+ manteiga para pincelar)
60g de passas de uva
2 c. de sopa de rum (usar água morna em substituição)
1/2 limão (sumo)
1 a 2 c. de café de canela (a gosto)
6 folhas de massa brick ou filo
açucar de confeiteiro a gosto (para polvilhar)

Modo de Preparação:

Pré-aqueça o forno a 175°.

Num copo ou taça, hidrate as passas de uva em rum (ou água morna) e reserve. Elas deverão ficar embebidas no rum durante pelo menos 10 minutos.

Entretanto, descasque e corte as maçãs em meias luas. Coloque as maçãs numa taça e regue com um pouco de sumo de limão, para que não oxidem.

Na mesma taça, junte o açúcar e a canela. Escorra e junte também as passas de uva, já hidratadas.

Derreta a manteiga numa taça. Assim que bem derretida, adicione o pão ralado e a amêndoa moída. Adicione ainda uma pitada de sal, misture bem e reserve.

Derreta agora mais um pouco de manteiga, desta vez para pincelar as folhas de massa brick ou filo. Coloque um pano limpo sobre a bancada da cozinha e comece a montagem do strudel.

Coloque 1 folha de papel vegetal sobre o pano e faça o seguinte passo rapidamente.  Pincele cada uma das folhas de massa, antes de as sobrepor. Pincele também a última folha.

Sobre a última folha, espalhe a mistura de manteiga/pão ralado/amêndoas moídas, tendo o cuidado de não a preencher na totalidade, deixando uma pequena moldura.

Coloque as maçãs por cima de um pouco mais de metade do rectângulo, continuando a deixar a moldura, que ajudará no passo seguinte.

Dobre a massa dos três lados que têm maçã e pincele mais um pouco as dobras.

Com a ajuda do pano, enrole bem o strudel.

Coloque o rolo sobre um tabuleiro, podendo usar a mesma folha de papel vegetal.

Pincele todo o rolo com um pouco de manteiga derretida e leve ao forno.

Ao fim de 35-40 minutos, retire o strudel do forno. Deixe arrefecer ligeiramente e polvilhe com açúcar de confeiteiro.

Se o strudel abrir, explodir ou largar sucos, não se preocupe. Eles ficam com um sabor caramelizado fantástico – que mais houvesse!

Não há muito mais a dizer sobre a receita que vos trago, porque considero que as imagens falam por si.

Para além disso, o que posso ter eu a dizer sobre uma sobremesa crocante e docinha, com sabor a maçã e canela que, ainda por cima, pode ser comida quente ou fria, sozinha ou acompanhada com uma bola de gelado ou uma colherada de natas.

Se quente uma vez não chega, porque não uma fatia de strudel morno com uma concha de creme inglês acabadinho de fazer?

Espero que vos tenha adoçado o dia com esta sugestão, que considero maravilhosa.

Mais uma vez, obrigada por continuarem por aqui comigo.

Até breve!

 

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