Por não saber muito sobre trufas, trato-as um pouco como a baunilha. Uso e abuso do extracto, da pasta, por vezes utilizo em pó. Até já comprei um moinho. Deixo normalmente de lado o açúcar baunilhado e a essência, que de baunilha tem pouco.
Quero com isto dizer que, quando não posso usar a vagem, procuro alternativas que tenham realmente baunilha. O mesmo se passa com as trufas. Se não posso usar o fungo em si, opto por um bom derivado.
Bem sei que um ingrediente à base de trufa não é trufa, mas vejamos: se pudermos usar um produto de qualidade, a um preço mais simpático e conseguindo uma receita igualmente fabulosa, onde é que reside o peso na consciência? Nem no tacho, nem na carteira, está-me a parecer!
O preço, a aparência, até o sabor…
Sejamos francos: sou só eu que acho que a trufa tem tudo para não dar certo? São caras, são feias, sabem a desconsolo. No entanto, sejam aqueles que as querem “caçar” para as vender, sejam aqueles que estão dispostos a pagar um dinheirão por elas, não lhes faltam pretendentes! A verdade é uma, muito embora os seus defeitos, finalizar um prato com um pouco de trufa torna-o simplesmente mais feliz.
Cá em casa utilizo tanto o azeite como o sal de trufa. Confesso que não achei grande piada à manteiga. A regra base, para mim, é usar estes temperos apenas na hora de servir, como finalização do prato, de forma a não corromper o sabor da trufa. Sendo produtos que se devem usar com alguma contenção (dado o seu sabor muito intenso), acabam por durar muito tempo, rentabilizando aquilo que gastámos por eles.
Em que receitas utilizo estes derivados da trufa? Em receitas de risoto; carpaccio; tártaro de peixe (especialmente de salmão), saladas com rúcula e/ou abacate e, claro, na receita que vos trago hoje.
Esta receita foi feita pela primeira vez no final do Verão de 2016, depois das nossas férias em Itália e dos muitos souvenirs que trouxe de lá – azeite, massas, queijos, charcutaria… e o meu querido sal de trufa.
Podem fazer esta receita sem o sabor da trufa, claro. É um prato bastante simples por si só, embora rico e maravilhoso. Por outro lado, vale a pena tentar!
Tagliatelle de cogumelos & vieiras
com sal de trufa branca
Ingredientes para 4 pessoas:
450gr de cogumelos frescos
250 ml de natas (utilizar mais, a gosto)
6 a 8 vieiras
400gr de tagliatelli
manteiga qb
azeite qb
pimenta
sal
sal de trufa branca
cebolinho
1 limão
Modo de preparação:
Comece por lavar e secar os cogumelos. Corte-os a seu gosto. Pessoalmente, gosto de picar alguns e fatiar outros, para poder encontrar diferentes formatos no prato.
Leve a ferver a água onde vai cozer a massa. Tempere com sal e esteja atento aos tempos de cozedura – os cogumelos e as vieiras preparam-se em apenas alguns minutos, tal como a massa, especialmente se for fresca.
Numa frigideira larga, derreta uma noz de manteiga e um fio de azeite. Frite os cogumelos em lume médio-alto.
Corte as vieiras em fatias e junte aos cogumelos. Como o tempo de cozedura das vieiras é bastante rápido, envolva tudo, tempere com um pouco de sal e pimenta e adicione imediatamente as natas. Deixe cozinhar por 2/3 minutos e retifique os temperos se necessário.
(em alternativa, fritar as vieiras num pouco de manteiga e juntá-las à massa apenas quando se servir)
Escorra a massa, deixando-a com um pouco da água da cozedura, para que não seque tanto. Deite a massa na frigideira e misture suavemente.
Sirva de imediato, salpicando a massa com sal de trufa branca e um fio azeite. Pique algum cebolinho e raspe um pouco de casca de limão, para refrescar e intensificar os sabores do prato.
Obrigada por continuarem por aqui comigo.
Até breve!
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