Gosto de me levantar cedo, bem cedo, especialmente se conseguir ter alguns minutos só para mim, para organizar as ideias e arrumar as almofadas do sofá, que estão sempre fora do sítio – assinatura da Maria Alice.
Esta é uma história que gostaria de contar mais vezes, só que não! Para ser honesta, quase todos os dias, ao toque do meu pé no chão a sair da cama, há um de dois vigilantes que dá sinal de vida: a Alice ou o gato.
Claro que isto dos horários certinhos e bonitinhos também descamba. Aliás, basta uma viagem de 2 horas até Portugal, para este cenário mudar de figura. Entre a diferença de 1 hora (a menos em Portugal, ainda por cima), os jantares fora de horas e o aproveitamento de todos os minutos para brincar com o avô, os tios, as tias e os primos, lá vai a Alice para a cama só depois das 23:00, versão pilha birrenta.
Desde que regressámos de Portugal (há pouco mais de um mês), voltámos a equilibrar os horários. Com quase 1 mês de escola já passado, e com horário de entrada às 7:55, não sobra espaço para desculpas nem excepções. Às 20:00 em ponto, sem pensar duas vezes, xixi feito, dentes escovados e beijinhos dados, lá vai a Alice para a cama.
Em compensação, entre as 6:20 e as 6:30, sem precisar de despertador, lá acorda ela, a pedir NickJr. e o seu pequeno-almoço.
Com as rotinas (e as horas de sono bem dormidas) vão-se as trombas ao acordar, as birras matinais e o revirar de olhos quando lhe digo: “podes, por favor, tomar atenção ao que te digo?!” Pode não ser assim com todas as crianças, mas é assim com a minha – o que me deixa imensamente feliz e motivada. Viva a Escola! Viva a rotina! Viva o ir para a cama antes da noite caír!
Dada a longa conversa, já perceberam que hoje o nosso dia começou cedo, ainda a precisar que acendêssemos os candeeiros. Enquanto ela comia a sua taça de cereais, o seu primeiro pequeno-almoço do dia, agarrada ao gato e com um olho na televisão, decidi pôr o avental e preparar este pequeno-almoço, pensado e desenhado ontem à noite, depois de me deparar com mais ingredientes a passar do prazo no frigorífico.
Panquecas de abóbora
& abrunhos assados com iogurte
Ingredientes para 4-6 pessoas (sem pesar, utilizar como medida o cup)
1 cup de leite
1/2 cup de buttermilk (leite e 2 c. sopa de limão. repousar 10 min)
1 cup puré de abóbora e maçã
2 ovos (gemas e claras separadas)
2 c. de sopa de óleo vegetal
2 cups de farinha
2 c. de sopa de açúcar (usei amarelo)
1 c. de chá de fermento
1 c. de chá de bicarbonato
1 pitada de sal
1 pitada de canela
1 pitada de mistura de 4 especiarias (canela, gengibre, cravinho e noz moscada) – opcional
q.b. gordura para a frigideira
mel q.b. (para assar a abóbora e as maçãs e para adoçar as panquecas ao servir – pode usar outro doce)
Modo de preparação:
Asse a abóbora (1/4 butternut tamanho regular) e as maçãs (3 pequenas), pinceladas com um pouco de gordura à escolha e temperadas com uma boa pitada de canela e um generoso fio de mel. Assim que suaves, e sem deixar queimar, reduza a puré e deixe arrefecer.
Numa taça, junte o puré com as gemas. e mexa bem. Adicione o óleo, o leite e o buttermilk.
Noutra taça, junte os ingredientes secos e misture bem. Adicione os ingredientes secos na taça dos líquidos e envolva até obter uma mistura homogénea.
Bata as claras em castelo, junte à massa e envolva delicadamente.
Numa frigideira antiaderente, pincelada com uma gordura à sua escolha, prepare as panquecas, deixando ganhar cor dos 2 lados. Não utilize um lume muito alto e deixe as panquecas inflar.
Por fim, deixe derreter sobre as panquecas uma pequena noz de manteiga e regue com um bom fio de mel, melaço ou outro doce à escolha. Aproveite aquele frasco de doce caseiro perdido, ficará maravilhoso.
Ingredientes para os abrunhos assados com iogurte:
8-10 abrunhos maduros
1 bom fio de mel
1 cálice de vinho doce (pode usar Porto, eu utilizei Marsala)
1 pau de canela
4 cravinhos
1 estrela de anis
Modo de Preparação:
Utilizando o forno ainda quente, de assar a abóbora, asse os abrunhos.
Num tabuleiro, coloque as metades de abrunhos descaroçados e regue com um bom fio de mel e um cálice de um vinho doce (pode usar Porto, eu usei um vinho de Marsala, que andava por aqui perdido). Deite ainda 1 pau de canela, algumas cabeças de cravinho e 1 estrela de anis. Leve a assar.
Ao fim de 30 minutos, com o forno a 180°, as ameixas deverão estar assadas e o xarope apurado.
Ainda quente, sirva numa taça, com uma boa colher de iogurte grego natural no topo. Faça desta taça um acompanhamento para as panquecas de abóbora.
Se quiser, acompanhe ainda com uns frutos secos ou tiras de bacon estaladiço.
Ao fim-de-semana, os pequenos-almoços deveriam ser sempre vagarosos, intensos e saciantes. Este é, para mim, um exemplo puro de um pequeno-almoço que não me importaria de repetir vezes sem conta.
Espero que tenham gostado da minha sugestão e, mais uma vez, agradeço por continuarem por aqui comigo.
Continuação de um bom fim-de-semana e até breve!
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